quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

modernidade

Depois do almoço, por mais apetitoso que seja um novo prato de comida o máximo que queremos é uma garfadinha. Não há como almoçar até se fartar no mesmo dia. Isso vale também para as informações. Quando vc tem muito filmes para ver num fim de semana ou vc esquece algum ou, você assiste outros no meio de cochilos. Normal.

Pior que isso é que mesmo se temos tempo de assistir todos os filmes não da para refletir sobre eles e muitas vezes até misturamos cenas de um para o outro em casos extremos.

Há 20 anos atrás, um amigo meu deu um cartão de visita e tinha lá o e-mail do cara. Que cidadão importante. Ele tinha e-mail.

Pela evolução dos fatos, estima-se que em menos de 20 anos tudo, tudo mesmo, que estiver sendo vendido nas prateleiras ainda não tenha sido inventado hoje. Fico imaginando meu avô que ia para a fazenda de carro de boi se pudesse voltar nos dias de hoje e se deparar com um celular. Aquela caixinha pode falar com o mundo inteiro e mais, pode ver o mundo inteiro. Ele morreu há menos de 50 anos, mas se voltasse hoje morreria novamente de enfarte ou de incredulidade crônica.

Fico imaginando se eu estarei preparado para enfrentar a modernidade daqui a 10 anos. A velocidade da evolução é alucinante e desta forma estarei tão desatualizado lá quanto meu avô ficaria agora.

É tanta informação que recebemos todos os dias que não temos tempo de analisá-las e por seqüência não estamos tendo o desfrute que este mundo de informação poderia nos trazer de benefício de facilidades de bem viver.

Essa avidez por novas informações está, a meu ver, nos encantonando num mundo com mais violência, mais diferenças sociais e culturais. Poderíamos ter mais tempo de lazer se utilizássemos as informações que temos, mas ao invés disso cada vez temos menos tempo disponível, mais responsabilidades, menos qualidade de vida, mais antidepressivos, mais solidão apesar dos modernos recursos que estão ao nosso alcance

A solidão da informação. È isso sim. Cada vez conhecemos e nos relacionamos com menos pessoas reais e mais com figuras virtuais. Vejo casamento serem arranjados via MSN com um aqui outro em alhures. Cultura diferente, língua diferente, relacionamentos diferentes. Hoje o amor foi substituído. O encanto ao outro é pela imagem. Não tem calor. Não tem cheiro nem gosto.

Não conhecemos mais o outro; isso nos tira o conhecimento sobre nós mesmos. Que pena.

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