quarta-feira, 3 de junho de 2015

Passivo & ativo

Eu devia estar triste, mas não estou. Eu devia estar indignado, mas não estou. Eu devia estar revoltado, mas não estou. Motivos não faltam. Matar um ciclista por motivos torpes poderiam me deixar triste. Roubar descaradamente empresas públicas poderiam me deixar indignado. Ver todo dia todos esses fatos na TV poderia me revoltar, mas não me revoltam mais.

Estou ficando muito insensível e cada vez mais olho somente para minha casa mas não sei até quando. Com a energia com preços estratosféricos, água  na eminência de acabar, remédios com preços incomparáveis, aposentadoria cada vez com menos poder de compra acho que em breve  vou ter que evoluir. Só insensível é pouco para enfrentar isso.

Vou sublimar. Não se preocupem, isso não é uma carta de suicídio.

Ficar  triste, se indignar ou se revoltar são ações passivas. Esperar passivamente meus    infortúnios com espectador não fará mais parte de mim. Vou reagir. Mas como posso fazer isso? Como posso exercer minhas ações?

Não vou mais me calar perante o que me desagrade. Vou reclamar em voz alta pelos preços nos super mercados; vou reclamar com motoristas que usam vagas de idoso ou de deficiente; Vou no procom por cobranças indevidas; vou comparecer em todas as manifestações públicas pedindo respeito com a população; vou prestigiar os que como eu querem participar desta comunidade pro ativa. Onde puder estarei lá me expondo. Não vou me esconder nem me amedrontar. Tenho nome, família, princípios e em nome deles vou atuar, sempre dentro da lei da ética e da moral.

Começo aqui convocando todos para reagirem. As mudanças dependem de nós. Isso não é retórica e essa  crença fará toda a diferença. Não são os políticos que vão mudar isso. Somos nós que vamos modificar tudo, inclusive os políticos. Não escute promessas pois elas são atitudes passivas. Se não tiver ninguém que tenha feito algo concreto para minha comunidade digo não para todos. Quer minha ação ativa faça algo concreto para mim. Se não “da o fora”.


A farsa e a festa.

A farsa e a festa.
Roberto Stoll.

Quando se está diante desta globalização desenfreada, as pessoas tendem a perder os objetivos reais dos fatos, substituídos por imagens, muito bem elaboradas, pela mídia e suas agências. Fomos surpreendidos nas últimas semanas com a declaração dos Ministros deste governo, afirmando com todas as letras, que o governo e o congresso precisam de ser mais ousados, que ajustes e arrochos que estão na pauta não podem ser entendidos como camisas-de-força para iniciativas voltadas para o desenvolvimento e que excesso de cautela pode ser sinônimo de covardia.

Vejo os bate boca do congresso e do executivo que mais parece conversa de surdos mudos, nenhum lado explica nada e lembra uma peça cômica de poucos atores de ação trivial, irreverente e burlesca. Vamos tentar entender os fatos. Para a população qual o verdadeiro problema, melhor dizendo, qual a melhor solução? Uma palavra basta. Emprego. Com bons empregos terão as boas rendas; com boas rendas terão, saúde, educação. Porque?

Porque sem emprego não há soberania e não estimulam os itens que medem o posicionamento da nação perante a comunidade mundial e perante nós mesmo, ou seja: Estabilidade social (emprego, produção); Reservas de subsolo (desestatização de nossos recursos para grupos internacionais); qualidade da massa cefálica (educação); Reserva técnica (sobra da caixa, exportação). Todos sabem que se você não trabalhar ou não produzir, você não vai poder pagar suas contas. No Estado também é assim. Produzir e exportar são as nossas únicas saídas, já que não temos caixa. Confiar no Estado para resolver esse problema é no mínimo ingenuidade beirando a idiotice crônica. Fomentar desemprego é fomento de miséria.

Crítica sem sugestão não vale não é? Então lá vai. Nos Países desenvolvidos, são produzidas pelo menos duas safras por ano, quando não três. Aqui, com nosso clima benevolente estamos mal e parcamente fazem uma. Sabe porquê? Por que as grandes potências, denominadas de “mercado financeiro internacional não desejam essa concorrência, não desejam ser desbancados por essa nossa nação que pelas suas dimensões continentais, pelo seu povo rico de ideias (jeitinho brasileiro) e clima favorável pode vir a se tornar rapidamente uma grande potência. Imaginem o Brasil produzindo o dobro ou mais da última safra. Para começar uma mudança de verdade para o progresso, o Brasil precisa cortar o custo Brasil pela metade e exterminar a corrupção e corruptores sem dó nem piedade. Concentrar investimentos na educação, educadores e infraestrutura.

Se realmente queremos desenvolvimento e justiça social, temos que começar pelo básico, ou seja, pela comida. Desenvolver a agroindústria significa muitos empregos, muita exportação que beneficia todos os segmentos produtivos, dos básicos aos sofisticados, dos grandes aos pequenos, da indústria ao setor de serviço da educação a saúde.

Está nas mãos de cada um de nós, reverter esse quadro. Mais que se preparar para os carnavais, que mascaram nossa dura realidade, temos que nos preparar para assumir nosso papel no mundo de hoje. Desde os pequenos povoados aos grandes centros temos que nos tornar conscientes e principalmente, conscientizar nossos próximos. Viva o Brasil!